Arte da imagem em movimento, que não deixa rastros e nem vestígios materiais, a dança é permeada pela efemeridade. Acontece no aqui e no agora e o que resta depois são apenas as lembranças de quem a presenciou.
Mas ao aliar-se à arte da imagem fixa, a fotografia, ela ganha o poder de ser eternizada, pelo menos em alguns aspectos. Entre a visibilidade da superfície corpórea, entre a invisibilidade dos rastros oriundos dos movimentos e entre o equilíbrio e o desequilíbrio, a dança acontece. E a fotografia permite que tudo isso seja exposto em apenas uma única imagem. É algo mágico!
Devo confessar que sou uma bailarina apaixonada por fotografia. Termino um espetáculo e já vou direto ao fotógrafo para conferir como ficaram os registros e 90% da memória do meu HD é ocupada por fotos de dança!
Na verdade, não só por fotos de dança, mas por fotos de arte em geral. A última sessão de fotos que fiz foi aliando as artes da dança e da música, afinal, como disse o coreógrafo George Balanchine: “ Dança é Música feita visível”!
A sessão foi na Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, com a fotógrafa Mônica Lopes e o Violoncelista Mateus Ceccato. A temática era “A Morte do Cisne”, o famoso solo do coreógrafo Michel Fokine, eternizado pela bailarina Anna Pavlova, com música de Camille Saint-Saëns.
Confira aqui algumas fotos:
Ao olhar as imagens, fica claro que fotografar expressões artísticas é muito mais do que simplesmente “chapar” o corpo de um bailarino ou de um músico em uma imagem fixa. É uma tentativa de fazer o tempo parar, fazendo aqueles movimentos, gestos e emoções durarem “ad aeternum”. É a mágica de capturar a beleza da alma dos artistas em um instante e permitir que ela perdure em um futuro infinito!