Skip to content
  • Blog
  • Na mídia
  • Contato
Ana Botafogo MaisonAna Botafogo Maison
  • Entrar
  • Carrinho / R$0,00

    Carrinho

    Nenhum produto no carrinho.

  • Ana Botafogo
  • Bolsas
  • Roupas
    • Blusas e Vestidos
    • Collants
    • Shorts
    • Calças e Macacões
    • Saias
    • Casaquinhos
    • Linha de Aquecimento
    • Meia-Calça
    • Meias
    • Perneiras e Polainas
  • Infantojuvenil
  • Acessórios
  • Bonecas
  • Marcas
    • Capezio
    • Só Dança
  • Sale
Ensino & Aprendizado

Uwe Scholz: Eu trabalhei com um gênio!

Posted on 14 de junho de 201227 de junho de 2015 by Manoel Francisco
14
jun

Na pri­meira tem­po­rada de 2012, o Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro dan­çou a obra prima “A Criação”, do core­o­grafo ale­mão Uwe Scholz (1958–2004), sobre o mag­ní­fico ora­tó­rio de Haydn. Obra que reune Ballet, Coro e Orquestra num momento de rara beleza e plasticidade. Isso ali­ado ao fato de Uwe ter sido meu dire­tor durante os anos que dan­cei no ZURICH BALLET, na Suiça, é uma otima opor­tu­ni­dade pra falar desse gênio da coreografia.

Uwe é cria do Stuttgart Ballet, sob as asas cui­da­do­sas e olhos vigi­lan­tes de Marcia Haydée, que foi quem iden­ti­fi­cou no fra­gil garoto o tino, o talento pra core­o­gra­fia, e o nomeou, aos 26 anos de idade, coreó­grafo resi­dente da companhia.

Isso resul­tou no con­vite pra diri­gir o Ballet da Ópera de Zurique dois anos mais tarde, aos 28 anos, em 1986. Foi entao que ele criou (den­tre tan­tas) essa que seria sua assi­na­tura, sua obra mais famosa, que ja e dan­çada por com­pa­nhias pelo mundo afora.

Tive a ale­gria de dan­çar “A Criação” mais de duzen­tas vezes e tenho ainda nos ouvi­dos a voz de Uwe, suas suges­tões gen­tis, suas cor­re­ções, seu olhar de lince. Nunca vi nin­guem com musi­ca­li­dade igual, com tama­nha busca pela plas­ti­ci­dade, pela beleza nao so de movi­men­tos, mas a uniao entre cor­pos que se movem com a música que os sustenta.

Tem-se a sen­sa­ção de que a música nasce dos cor­pos que fla­nam em per­feita har­mo­nia, num sin­cro­nismo com a música como pou­cos genios da core­o­gra­fia ja foram capa­zes.
Uwe Scholz tri­lha o mes­mís­simo cami­nho por onde ja pas­sa­ram Balanchine e Cranko, por exem­plo. Cada vez mais me dou conta da impor­tân­cia e do tama­nho que tem o fato de eu ter tra­ba­lhado dire­ta­mante com ele.

Essa e a ter­ceira tem­po­rada que o Ballet do Theatro Municipal faz de sua grande obra, nas duas pri­mei­ras (em 2005 e 2006) tive tam­bem a feli­ci­dade de remon­tar seu tra­ba­lho, trans­mi­tindo pra com­pa­nhia os ensi­na­men­tos dele que ainda ecoam na minha cabeça, ten­tando ser o mais fiel pos­sí­vel ao que ele dese­java do seu tra­ba­lho: uma exe­cu­ção téc­nica limpa e de uma pre­ci­são impar, tudo isso ali­ado a um sen­ti­mento, uma artis­ti­ci­dade, emo­çao imensa que Uwe exalava.

Sempre tive a impres­são que tanta emo­ção não cabia den­tro dele, uma pecu­li­a­ri­dade de todo gênio, era como se esse mundo nao fosse exa­ta­mente pra ele, que devia se sen­tir ligei­ra­mente des­con­for­ta­vel e pouco com­pre­en­dido. Ele era emo­ção em estado purissimo.

Eu fazia parte do pequeno grupo que ele fre­quen­tava fora do tra­ba­lho, e me lem­bro das reu­niões em sua casa, onde ouvi­a­mos música da melhor qua­li­dade (NUNCA vi nin­guem com TANTOSCDs na minha vida, Uwe tinha lite­ral­mente TUDO, em varias ver­sões…), reu­niões essas rega­das a bom papo e bom vinho. Apesar de sua timi­dez quase pato­ló­gica, nes­ses momen­tos de maior des­con­tra­ção se reve­lava alem do gênio, uma pes­soa de manei­ras deli­ca­das, pen­sa­mento muito veloz e de uma inte­li­gen­cia e humor afi­a­dís­si­mos. E tocava piano mag­ni­fi­ca­mente…
Sob sua dire­çao, alem da “Criaçao” e várias outras obras geni­ais como sua core­o­gra­fia sobre o Concerto #3 para piano de Rachmaninov, tive mui­tos momen­tos bri­lhan­tes. Dancei Romeu e Julieta de John Cranko ao lado de Marcia Haydee, Richard Cragun e Birgit Keil. Fui Gurn ao lado de nin­guem menos que Peter Schauffuss como James em “La Sylphide”. Fiz tur­nes memo­ra­veis… Foram 6 lin­dos anos sob a dire­ção desse homem espetacular.

Tantas memo­rias lin­das, pro­fis­si­o­nais e pes­so­ais, pois morar numa cidade como Zurique é pri­vi­lé­gio purís­simo. Imagine o paraíso, onde tudo fun­ci­ona como um relo­gio suiço..! Desculpe o tro­ca­di­lho, mas é assim mesmo: Um lugar seguro, lindo, onde  todos os ser­vi­ços fun­ci­o­nam per­fei­ta­mente, do trans­porte público à saúde. Ahh, Oxalá o Brasil con­siga che­gar pro­ximo disso com tempo e admi­nis­tra­ção séria!
Das melho­res sen­sa­ções do mundo essa, de olhar pra trás e ter sau­da­des de um tempo que vai tomando cada vez mais impor­tân­cia. De ver que é emo­ci­o­nante ter enredo pra con­tar, his­to­ria pra divi­dir.
E onde quer que eu va car­rego os bri­lhan­tes momen­tos que dividi com esse mag­ní­fico artista e amigo Uwe Scholz, que tão pre­co­ce­mente mor­reu. Mas sua obra esta ai, sendo des­co­berta por cada vez mais pes­soas, com­pa­nhias, dire­to­res. Que seja eter­ni­zada sua memó­ria, per­pe­tu­ado seu talento atra­ves dos tem­pos, e assim, quem sabe, outros pode­rão sen­tir de perto a grande geni­a­li­dade desse artista.

Esse registro foi postado em Ensino & Aprendizado. Adicione aos favoritos.
Manoel Francisco

Um dos mais importantes bailarinos brasileiros, atualmente trabalha como maitre de ballet e repetiteur junto ao Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e como convidado de festivais e companhias nacionais e estrangeiras. Dançou na Europa por 13 anos, com o Zurich Ballet principalmente. Alem dos grandes clássicos como Giselle, O Lago dos Cisnes, O Quebra-Nozes, Coppelia, La Sylphide e Raymonda dentre muitos, dançou também coreografias de Cranko, Balanchine, Scholz, Ashton, Achcar, Pederneiras, van Manen e Bejart. Trabalhou ao lado de Ana Botafogo, Nora Esteves, Bettina Dalcanale, Cecilia Kerche, Marcia Haydee, Richard Cragun, Natalia Makarova, Lazaro Carreno, Claudia Mota e Aurea Hammerli, entre outras estrelas da dança. Atuou na Europa como ator e cantor em dois dos maiores musicais de todos os tempos, CATS e The Phantom of the Opera, ambos de sir Andrew Lloyd Webber, em turne por países como Suiça, Austria, França e Holanda. No teatro trabalhou com Marilia Pera (como assistente de direção, preparador/coreografo e ator), Camila Morgado, Regiane Alves, Theresa Amayo e Reynaldo Gianecchini. Coreografou e atuou ao lado de Debora Falabella e Fernanda Lima no filme “A Dona da Historia”, a convite do diretor Daniel Filho. Atualmente também viaja pelo Brasil com o show “Toma um Trago e Lava o Coração”, com direção de Nana Caymmi, onde recria canções de Altemar Dutra, Caymmi, Aznavour, Piaf, Roberto Carlos, Mina e Angela Maria, entre outros.

Youth America Grand Prix
Tendências de beleza da São Paulo Fashion Week

Deixe um comentário Cancelar resposta

Você precisa fazer o login para publicar um comentário.

SOBRE
Criado em 2012, o blog I ♥ Ana Botafogo é um dos maiores blogs de dança do País e uma referência para bailarinos, pesquisadores e professores de dança. Boa leitura!
OLÁ, BALLET LOVERS!
A Ana Botafogo Maison pro­põe a dança como estilo de vida. Inves­timos em con­forto, beleza, easy care, moda e qua­li­dade. Aqui, vocês ficam por dentro dos nossos lançamentos, além de encontrar dicas e informações sobre o maravilhoso mundo da dança no blog I ♥ Ana Botafogo.
Assuntos mais curtidos
  • Fotografia
  • universo da dança
    • vida de bailarina
    • crônicas
  • nossa agenda
  • moda & beleza
    • tutoriais & dicas
  • saúde & bem estar
  • história da dança
  • Ensino & Aprendizado
    • ballet infantil
  • ballet adulto
CHEGA MAIS
Copyright 2020 © Ana Botafogo Maison. Todos os direitos reservados. Gerenciado pela
  • Ana Botafogo
  • Bolsas
  • Roupas
    • Blusas e Vestidos
    • Collants
    • Shorts
    • Calças e Macacões
    • Saias
    • Casaquinhos
    • Linha de Aquecimento
    • Meia-Calça
    • Meias
    • Perneiras e Polainas
  • Infantojuvenil
  • Acessórios
  • Bonecas
  • Marcas
    • Capezio
    • Só Dança
  • Sale
  • Entrar
  • Blog
  • Na mídia
  • Contato