O alongamento não é apenas um processo cuja finalidade é aumentar a flexibilidade. Na verdade, trabalhar a flexibilidade é uma das formas mais eficazes para se evitar lesões, tanto nas articulações, quanto nos músculos e tendões. As lesões por impacto e desgaste não podem ser evitadas com a prática do alongamento, mas existe uma melhora na circulação sanguínea, na postura e relaxamento do corpo, o que diminui as dores musculares. Também acontece a renovação de colágeno, o que ajuda à musculatura e os tendões a suportarem melhor o estresse do trabalho.
O que é alongamento muscular? – Uma técnica que permite estirar as fibras musculares aumentando ou mantendo o comprimento destas estruturas e também a amplitude de movimento das articulações relacionadas à musculatura que está sendo alongada. Com o alongamento contínuo e frequente, esse aumento na amplitude de movimentos permanece.
Existem diferentes métodos de alongamentos.
. Alongamento Estático: é o alongamento passivo. Aquele em que a pessoa permanece em uma posição estática e alonga o músculo até um ponto tolerável sustentando por cerca de 30 segundos.
. Alongamento Balístico: é o alongamento ativo. Nele, utilizam-se movimentos de oscilações rítmicas, no alcance pleno da musculatura, com o objetivo de alongar um músculo ou grupo muscular.
. Alongamento por Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP) ou método Kabat: só pode ser feito com a ajuda de um profissional. A pessoa fica em uma posição de alongamento estático enquanto o profissional realiza e sustenta o movimento.
O programa de treinamento da flexibilidade deve ser desenvolvido e aprimorado de acordo com o progresso dos alunos, independentemente se os alunos fazem alongamento dentro do seu ambiente de trabalho, como numa empresa ou escritório, ou se são atletas profissionais. As posições aprendidas durante o treinamento são fáceis e podem ser praticadas sem ajuda. A pessoa deve sempre respeitar o limite do próprio corpo.
Para nós, bailarinos e atletas, é imprescindível fazer alongamento antes e depois do esforço físico. Antes, como já foi dito, o alongamento ajuda a preparar o corpo para a aula/treino. Já no final da aula/treino, a prática do alongamento “tem por finalidade evitar o encurtamento muscular, devido às sucessivas contrações musculares durante o treino. O encurtamento muscular tem como consequências o aumento do gasto energético, desestabilização da postura, utilização de fibras musculares compensatórias, compressão das fibras nervosas, aumento das incidências de cãibras e dor, além de prejuízo da técnica nas habilidades esportivas.” (via: webartigo publicado pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública em 18/04/2013 ‘Alongamento muscular: conheça os tipos, efeitos e benefícios!’).
É mais fácil e prazeroso praticar o alongamento/aquecimento muscular quando a temperatura está agradável para o organismo (o que é uma noção individual). O uso de polainas, faixas, calças, macacões e boleros de lã acelera o processo para a preparação muscular, assim como mantém o corpo nesse estado “quente” por mais tempo, principalmente durante os intervalos comuns entre a aula e o ensaio. Por essa razão, é sempre bom para um bailarino ter em seu guarda-roupa, além da meia-calça e collant obrigatórios, uma peça de lã. Existe um senso comum entre os bailarinos clássicos, não só no Brasil, que quando uma parte do seu corpo dói é bom amarrar uma peça de lã nesse local para amenizar a dor. É difícil crer que essa “sabedoria popular bailarinística” tenha alguma base científica, mas quem é adepto da prática ou já experimentou, provavelmente sentiu um alivio quase que instantâneo na intensidade da dor, até nas articulares. Vale a pena tentar! Mas não se esqueça, se você está sentindo alguma dor que persiste, consulte um médico!
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(Fotos: Talita Teixeira para campanha de inverno Loja Ana Botafogo)