Um retorno à magia do Teatro, uma proposta de retratar o poder transformador que a arte é capaz de fazer na vida de todos nós. Assim é o musical “Alô, Dolly”!
E então, o que está esperando? Ponha sua roupa de Domingo é venha ser feliz! Não entendeu?
Tudo bem, explico:
O diretor e ator Miguel Falabella é o responsável pela versão brasileira deste grande musical da Broadway. A história se passa em 1890, no estado de Nova Iorque. Dolly Levi, uma casamenteira, é contratada pelo avarento comerciante de Yonkers, Horácio Vandergelder, para lhe arranjar uma esposa na cidade grande. Dolly o apresenta a Irene Molloy. Logo em seguida, inicia-se uma série de armações, quando decide que ela mesma conquistará o bom partido e ficará rica.
A princípio, pode parecer mais uma história de trapaças e espertezas, porém, Falabella, ao compor toda trama, trouxe esse universo para os nossos dias, sem nenhum exagero. Muito pelo contrário: encontrou um feedback entre realidade e ficção, propondo um momento de reflexão do que de fato pode ser essencial a todos nós.
Falabella foi muito feliz ao convidar a atriz Marília Pêra para ser porta-voz desse sentimento. Marília recorreu a sua veia cômica para mergulhar no mundo de Dolly Levi e nos brindou com seu humor apurado. A Dolly Levi de Marília, em muitos momentos, nos proporciona um romantismo verdadeiro, pois ela acredita de fato no amor.
Irene Molloy — interpretada por Alessandra Verney — é um exemplo desse sentimento, pois depois de uma grande confusão, Dolly Levi não perde tempo e propõe um ajuste de contas. Mas para isso, ela sugere um “acordo” amigável entre Irene Molloy e Cornélio Hackl — interpretado por Frederico Reuter. Pronto: era mais uma história de amor começando pelas mãos de Dolly Levi, que acredita que num momento o amor pode sorrir para nós.
A sensibilidade frágil da atriz dá força ao seu personagem que canta em palavras e conta em canções suas alegrias e tristezas, que encontram eco na vida do público que a aplaude.
Uma atuação de excelência ao lado de seu filho Ricardo Pêra, seu legado dá continuidade à tradição familiar que extraiu da arte um de seus melhores ensinamentos que vem a ser o aprimoramento pessoal, a responsabilidade de formar opinião.
Essa versão de Miguel Falabella de “Hellô Dolly” contribui para um novo olhar do público, que tem a oportunidade de apreender seus próprios anseios e fazer uma releitura pessoal da verdadeira busca enquanto ser.
Talvez essa seja uma das propostas mais latentes de toda essa história.
Fazer o caminho de volta sem rancor e seguir pela própria estrada com bom humor em busca de sua felicidade.
Vamos lá?
O Sol brilhou e anunciou que o dia vai ser feliz!
Bom espetáculo para todos!
Confira as datas das próximas paradas do musical:
Porto Alegre — 01/08 a 04/08 no Sesi FIERGS
Paulínia — 08/08 a 11/08 no Teatro Municipal de Paulinia
‘Alô, Dolly’ encerra suas apresentações retornando ao Rio de Janeiro para uma curta temporada popular, de 15/08 a 01/09, no Teatro João Caetano.
Por: Wellen Barros é cantora Lírica integrante dos Corpos Artísticos do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.