Olá, nesta postagem vou falar um pouco sobre um assunto que considero polêmico.
Me enviaram esse link e pediram a minha opinião. Aproveito este espaço para compartilhar. O artigo foi escrito em Portugal e fala sobre a dança e seus falsos professores de dança. Tema difícil…
A minha opinião sempre foi a de que todos, todos podem e devem dançar. Faz bem ao corpo, à mente, à alma… Assim como nós podemos cantar, jogar, cozinhar, escrever, jogar bola, amadoramente. Porém, ensinar e dançar profissionalmente, aí a história muda de figura. Para nos tornarmos profissionais, precisamos de nos especializar. Simples assim! Aliás, como em todas as profissões!
Quanto à dança especificamente, eu percebo que nós estamos em um momento importante no que tange a profissionalização. Os dançarinos de companhias profissionais são cada vez mais especializados. Os que se tornam professores percebem mais a necessidade do estudo teórico para complementar o seu conhecimento empírico. Ou seja, estamos no caminho certo: unir a prática à teoria e vice-versa.
Existem, com certeza, os gênios da dança, aqueles que nasceram com o dom e que parecem nem precisar de treinos… doce ilusão… durante algum tempo podem até iludir com seu talento, mas é preciso algo mais para que este dançarino se mantenha como profissional. Nos dias atuais, é praticamente impossível alguém se manter no mundo do trabalho apenas com o talento, sem empenho em superar dificuldades e aprofundar no conhecimento profissional. Na dança não pode ser diferente.
Aos meus alunos que querem dançar profissionalmente, eu sugiro procurar cursos práticos com professores renomados que o levem a conhecer e utilizar melhor o seu corpo, ler bastante sobre o seu trabalho, sua história, saber como anda o mercado, fazer audições, concursos, enfim se mostrar no mundo da dança dentro do estilo que escolheu.
Importantíssimo, também atualmente, usar técnicas que auxiliem a preparação e a manutenção da forma física. Se o aluno não quiser fazer a graduação neste momento, não tem problema. Afinal, o foco deve ser no preparo físico e mental, precisa estar disponível para dançar. Se ele tiver tempo e disponibilidade para tal, nunca é demais estudar. Trabalhar o lado intelectual irá agregar mais valor à sua arte.
Àqueles que quiserem ser professores, sugiro que procurem uma formação acadêmica que some valor ao seu trabalho empírico e corporal. Ainda estamos engatinhando no mundo acadêmico, as faculdades de dança ainda não oferecem todas as modalidades de dança, mas já demos os primeiros passos.
Acredito na formação superior em dança, e acho importantíssimo para o nosso universo que cada vez mais tenhamos dançarinos em busca do conhecimento teórico para que se tornem melhores professores, críticos, fomentadores, produtores, diretores, entre muitas outras possibilidades. Precisamos ser representados em todos os âmbitos e compartilhar o nosso conhecimento com outras áreas, como as ciências humanas, biológicas e exatas. É o mundo globalizado que exige cada vez mais do profissional da dança.