Não muito incomum, o excesso de suor nos pés (ou hiperidrose plantar) é uma patologia complexa cujos sintomas ultrapassam a esfera estética.
Incontrolável, insuportável, inaceitável… não há nada pior do que andar ou dançar e sentir os pés “deslizando” em um compasso contrário a sua vontade.
Para piorar, esta condição não raramente vem acompanhada de infecção por fungos nas unhas ou pés e mau cheiro intenso nesta região denominada bromidrose , decorrente do excesso de calor e umidade retido e mantido ao longo do dia.
A causa do excesso de suor é neurológica. Os pequenos filetes nervosos responsáveis pela contração da glândula sudorípara (aquela que produz o suor) está superativado nestes pacientes, fazendo com que uma quantidade maior de suor seja produzida e eliminada através da pele de maneira nada gentil. Pode acometer axilas, mãos e pés, mais comumente.
Diante disso, fica fácil entender que o tratamento mais “definitivo “ é realizado pelo neurologista, através de um procedimento de corte deste pequeno nervo terminal, impedindo a super estimulação da glândula sebácea, em uma cirurgia conhecida como simpatectomia .
Dentre as outras opções terapêuticas disponíveis de maneira mais provisória, encontra-se a aplicação de toxina botulínica e o uso de substâncias tópicas em cremes ou sprays antitranspirantes, com resultados satisfatórios.
Atualmente, os talcos em creme com ação anti– transpirante e anti-fúngica são grandes aliados para combater diariamente o temido suor de uma maneira prática, não invasiva e confortável por conta de sua secagem mais rápida e toque ultra seco.
Ainda, vale a pena ressaltar que aspectos emocionais como ansiedade e estresse excessivos influenciam muito na evolução e no controle desta desagradável condição.
Por: Fernanda Aguirre Bottura é dermatologista, Membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia e do Grupo Brasileiro do Melanoma e Preceptora do ambulatorio de Dermatologia da UFMT, Mato Grosso.