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história da dança

O Lago dos Cisnes

Posted on 30 de abril de 20141 de julho de 2015 by I LOVE ANA BOTAFOGO
30
abr

Começo essa maté­ria com uma sim­ples per­gunta: Existe bal­let mais popu­lar que “O Lago dos Cisnes”?

Muitos pode­riam res­pon­der que sim, afi­nal de con­tas “Giselle”, datado de 1842, tam­bém é uma das peças mais ence­na­das pelas com­pa­nhias ao redor do mundo, e os dois reper­tó­rios aca­bam “dis­pu­tando” esse título, tanto que entre VHSs, LDs, DVDs, Blurays e exi­bi­ções na TV e no cinema ambos con­ta­bi­li­zam cerca de trinta lan­ça­men­tos dife­ren­tes cada (ou até mais…).

Mas ape­sar de amar os dois (e pra­ti­ca­mente todos os espe­tá­cu­los já lan­ça­dos), eu devo dizer o con­trá­rio, e provo o que estou falando atra­vés do comen­tá­rio do maes­tro LeopoldStokowski, no filme “Fantasia” da Disney: “É engra­çado, quan­tas vezes um artista se engana a res­peito do seu pró­prio tra­ba­lho? A com­po­si­ção que Tchaikovsky menos pre­zava se tor­nou nos dias de hoje, den­tre todas as suas obras, a que mais tem sido apresentada”.

O Lago dos Cisnes é tão conhe­cido e popu­lar que mesmo aque­las pes­soas que não enten­dem de bal­let e/ou nunca viram um espe­tá­culo na vida já ouvi­ram falar dele! E não é pra menos, o tema de aber­tura e encer­ra­mento do 2º ato da peça e a Dança dos Pequenos Cisnes (do mesmo ato) cos­tu­mam ser usa­das como tri­lha sonora em diver­sas pro­du­ções como fil­mes, nove­las, comer­ci­ais de TV… A pró­pria his­tó­ria do bal­let ori­gi­nal já foi adap­tada e rea­dap­tada das mais dife­ren­tes for­mas, sendo o longa ani­mado “A Princesa Encantada”, que eu era apai­xo­nada quando cri­ança, um bom exemplo!

Mas para enten­der o porquê das pala­vras ditas por Stokowski (que ape­sar de ele ter se refe­rido à outro bal­let, nesse con­texto cabe per­fei­ta­mente para falar de O Lago dos Cisnes) é pre­ciso conhe­cer o longo cami­nho per­cor­rido pelo autor e sua cri­a­ção. Para tanto, temos que vol­tar no tempo…

Tchaikovsky desde cedo demons­trou talento para a música, ele nas­ceu no ano de 1840. Incentivado pelos pais num pri­meiro momento, aos cinco anos come­çou a ter aulas de piano. Ele se des­ta­cou apren­dendo a ler as par­ti­tu­ras em pouco tempo, e três anos depois, come­çou a estu­dar teo­ria musi­cal com vários pro­fes­so­res par­ti­cu­la­res. Mas a par­tir dos dez anos as coi­sas muda­ram. Sua famí­lia fixou resi­dên­cia em St. Petersburg por volta de 1850, e eles dese­ja­vam ver Tchaikovsky for­mado advo­gado, no mesmo ano ele foi envi­ado a Escola Imperial de Jurisprudência de St. Petersburg, onde per­ma­ne­ceu por nove anos. De tão apli­cado que era ele con­se­guiu um emprego no Ministério da Justiça antes de se for­mar! Porém, ele se con­si­de­rava um pés­simo fun­ci­o­ná­rio, e entre idas e vin­das, ele deci­diu assu­mir sua ver­da­deira voca­ção: aban­do­nou a car­reira jurí­dica para se matri­cu­lar no Conservatório de St. Petersburg aos 22 anos. Mesmo sendo con­si­de­rado velho para estu­dar música, ele seguiu em frente pelos pró­xi­mos três anos, tempo em que cur­sou orques­tra­ção, regên­cia, har­mo­nia e con­tra­ponto com os prin­ci­pais nomes de sua época, sendo aluno de Anton Rubinstein e Nikolai Zaremba.

Assim como Mozart, Tchaikovsky se sen­tia mais a von­tade com­pondo óperas, sin­fo­nias, con­cer­tos e obras para piano. Não é a toa que ele compôs ape­nas três peças para bal­let: O Lago dos Cisnes (1877), A Bela Adormecida (1890) e O Quebra-Nozes (1892), mas ele não pre­ci­sou mais do que isso para se con­sa­grar como o maior com­po­si­tor român­tico do século XIX.

O Lago dos Cisnes foi sua pri­meira com­po­si­ção para bal­let, e ape­sar de ter a fama que tem nos dias de hoje, nem sem­pre a vida foi um mar de rosas… A peça foi estre­ada no Teatro Bolshoi no ano de 1877, com libreto de Vladimir Begichev e Vasiy Geltser base­ado na ver­são fran­cesa de um conto de fadas ale­mão, e core­o­gra­fia ori­gi­nal de Julius Reisinger. Nos papeis prin­ci­pais esta­vam esca­la­dos os bai­la­ri­nos Pelageya Karpakova como Odette (e pro­va­vel­mente Odile, mas não se sabe ao certo) e Victor Gillert como Príncipe Siegfried. Mas ao con­trá­rio do que vemos hoje, a estreia foi um ver­da­deiro fra­casso! Muitas crí­ti­cas foram fei­tas em rela­ção a pra­ti­ca­mente tudo: música, core­o­gra­fia e a pro­du­ção no geral. Sua música, que pos­sui vari­e­dade rít­mica e meló­dica muito rica, foi con­si­de­rada infe­rior pelo pró­prio com­po­si­tor em rela­ção a outro bal­let lan­çado pouco depois da par­ti­tura de O Lago dos Cisnes ter sido fina­li­zada: Sylvia, de Leo Delibes. Tchaikovsky ficou tão impres­si­o­nado com a sua gran­di­o­si­dade orques­tral que ele che­gou a sen­tir ver­go­nha de seu tra­ba­lho, a ponto de decla­rar que se tivesse conhe­cido essa peça antes, ele jamais teria o com­posto! Mas cá entre nós, ainda bem que isso não acon­te­ceu, pois caso con­trá­rio o mundo inteiro seria órfão dessa obra mag­ní­fica (na minha modesta opinião)!

A core­o­gra­fia, outro alvo das crí­ti­cas, é um capí­tulo à parte… A peça foi ori­gi­nal­mente estru­tu­rada em qua­tro atos, como con­ti­nua sendo até hoje (em algu­mas ver­sões apa­rece a cena do Prólogo, mos­trando a trans­for­ma­ção de Odette em cisne), e a par­ti­tura super extensa. Mesmo com tudo isso, as pri­mei­ras bai­la­ri­nas, por serem as pro­te­gi­das dos donos do tea­tro, podiam fazer o que bem qui­ses­sem com o bal­let, e por isso pediam para incluir solos e outras dan­ças adi­ci­o­nais na peça já mon­tada. Entre elas, posso des­ta­car a Dança Russa, cri­ada para Pelageya Karpakova, e o que pode­mos con­si­de­rar com a ver­são ori­gi­nal do Pas de Deux do Cisne Negro, cri­ado para Anna Sobeshchanskaya.

Aliás, a his­tó­ria da cri­a­ção desse pas de deux é bem inte­res­sante. A Anna não estava muito satis­feita com a pri­meira pro­du­ção core­o­grá­fica do bal­let, cujo 3º ato tra­zia um Pas de Six ao invés de um Pas de Deux, como conhe­ce­mos hoje. Por isso, ela via­jou a St. Petersburg para con­ver­sar com Marius Petipa a res­peito, e ele core­o­gra­fou para Anna um pas de deux com base em uma música de Ludwig Minkus. Tchaikovsky ficou furi­oso, pois ape­sar de seu pri­meiro bal­let não ser bem suce­dido, ele não admi­tia a intro­mis­são de outros com­po­si­to­res em suas obras, e a bai­la­rina por sua vez que­ria uti­li­zar a core­o­gra­fia que já havia sido cri­ada. Para resol­ver o impasse, Tchaikovsky acei­tou criar uma música que fosse base­ada nessa peça de Minkus. Assim nas­ceu esse número que, mais tarde, fica­ria conhe­cido como Tchaikovsky Pas de Deux, com core­o­gra­fia de George Balanchine (que não tem nenhuma liga­ção com o bal­let), datada de 1960.

O Lago dos Cisnes sofreu tan­tas inter­fe­rên­cias que aca­ba­ram fazendo com que a peça ficasse sem nexo e sem qual­quer iden­ti­dade, con­tri­buindo assim para a sua der­ro­cada. Mas o que mui­tos não con­tam, é que ape­sar de todos os per­cal­ços, O Lago dos Cisnes con­se­guiu ficar em car­taz por seis anos, com um total de 41 apresentações!

Mas o grande “pulo do gato” veio mesmo com a par­ce­ria entre Marius Petipa, Lev Ivanov e Riccardo Drigo, que con­se­gui­ram enfim res­sus­ci­tar a obra de Tchaikovsky das cin­zas, tornando-a um sucesso abso­luto!  Petipa foi um notá­vel coreó­grafo, se des­ta­cou tanto cri­ando peças iné­di­tas, den­tre elas a ver­são ori­gi­nal de “A Bela Adormecida”, o grande êxito de Tchaikovsky em vida, assim como res­ga­tando e remon­tando diver­sos bal­lets, como Coppélia e Giselle, dois suces­sos fran­ce­ses. Marius estava em cons­tante con­tato com Tchaikovsky para a remon­ta­gem de “O Lago dos Cisnes”, porém com a morte do com­po­si­tor em 1893, Riccardo Drigo, que na época era o dire­tor musi­cal do Teatro Mariinsky, assu­miu a par­ti­tura. Ele a rees­tru­tu­rou com­ple­ta­mente, alte­rando alguns arran­jos ori­gi­nais, excluindo várias músi­cas e até mesmo com­pondo novos núme­ros, entre eles a vari­a­ção femi­nina do Cisne Negro mais conhe­cida, que cos­tuma ser erro­ne­a­mente cre­di­tada a Tchaikovsky (e o mais curi­oso é que Tchaikovsky detes­tava a ideia da pre­sença da música de outros auto­res em suas par­ti­tu­ras, lembram?).

A nova ver­são, cuja core­o­gra­fia foi ela­bo­rada em con­junto pelo já citado MariusPetipa, que criou as cenas do cas­telo (1º e 3º atos), e seu assis­tente Lev Ivanov, que fez as cenas dos cis­nes (2º e 4º atos), foi estre­ada em 1895 no Teatro Mariinsky, em St. Petersburg, com estron­doso sucesso! Tamanha fama fez com que essa con­fi­gu­ra­ção se tor­nasse a base das pro­du­ções que viriam nos anos seguin­tes. Nos dias de hoje, cada com­pa­nhia tem a sua ver­são, e todas bem dife­ren­tes umas das outras, seja no estilo de dança (a tra­di­ci­o­nal clás­sica, moderna, con­tem­po­râ­nea…), nas músi­cas escolhidas(devido à exten­são da par­ti­tura ori­gi­nal), ou mesmo na estru­tura do enredo.

O Enredo:

Com o já foi dito ante­ri­or­mente, a his­tó­ria de O Lago dos Cisnes foi base­ada na ver­são fran­cesa de um conto de fadas alemão.

Prólogo

Há muito tempo atrás, em um reino dis­tante, vivia um pode­roso fei­ti­ceiro cha­mado Rothbart. O seu grande desejo era ver sua filha, Odile, casada com o homem que se tor­na­ria o rei daquela região. Para tanto ele enfei­ti­çou várias jovens, transformando-as em cis­nes. Ele acre­di­tava que fazendo isso esta­ria eli­mi­nando a con­cor­rên­cia da filha, e assim ela teria mai­o­res chan­ces de se encon­trar com o prín­cipe, para que ambos pudes­sem se apai­xo­nar e se casar.

A pri­meira vítima de Rothbart foi uma moça cha­mada Odette. Depois de trans­for­mada, ela se tor­nou um belo cisne coro­ado, que a par­tir daquele momento ganhou vida dupla: durante o dia era cisne e somente a noite vol­tava a ser humana. A famí­lia da jovem, muito triste com tama­nha des­ven­tura, cho­rou por mui­tos dias, e foi des­sas lágri­mas que um lago cris­ta­lino se for­mou, local onde se podiam avis­tar os cis­nes que lá iam che­gando, e que por sua vez tam­bém eram jovens enfeitiçadas.

Ato I

Naquele ano, o prín­cipe Siegfried estava com­ple­tando o seu vigé­simo pri­meiro ani­ver­sá­rio, e de acordo com a lei, ele deve­ria esco­lher uma esposa e assu­mir o trono como rei. Uma grande festa foi pre­pa­rada para cele­brar esse dia espe­cial, e todos esta­vam muito ale­gres! A Rainha pre­sen­teou seu filho com uma besta (uma espé­cie de arco e fle­chas) e o lem­brou de seu com­pro­misso. Ela havia orga­ni­zado um baile para a noite seguinte, onde den­tre as prin­ce­sas con­vi­da­das deve­ria sair a futura rai­nha. O prín­cipe, que­rendo cur­tir aquele momento e dei­xar as pre­o­cu­pa­ções para depois, resolve sair para caçar na com­pa­nhia dos amigos.

Ato II

Ao entar­de­cer, ele chega a um lago, e ime­di­a­ta­mente se vê atraído por um dos mui­tos cis­nes que lá mer­gu­lha­vam: o cisne coro­ado. O prín­cipe parou para des­can­sar, e logo após o por do sol, uma coisa espan­tosa acon­te­ceu: ele viu os cis­nes se trans­for­ma­ram em lin­das moças ves­ti­das de branco. A mais bonita delas, Odette, se apro­xima do prín­cipe e lhe conta toda sua his­tó­ria. Ela diz que o único modo de que­brar aquele fei­tiço e se tor­nar humana para sem­pre era atra­vés de um jovem que se apai­xo­nasse ver­da­dei­ra­mente por ela, e que ele lhe fizesse um jura­mento de amor ver­da­deiro perante o mundo. Siegfried, que se encan­tou por Odette, pro­mete que será a pes­soa que irá fazê-lo. Ele a con­vida para o baile, oca­sião onde diante de todo o reino ele enfim que­bra­ria o fei­tiço que a apri­si­ona. Odette fica espe­ran­çosa pelo dia que há de vir, e que naquele momento come­çava a ama­nhe­cer. Ela e todas as outras vol­tam a ser cis­nes, e o prín­cipe retorna ao cas­telo com a sua deci­são tomada.

Ato III

Mas não pense você que ia ser tão fácil assim… Rothbart escu­tou todos os pla­nos de Odette e Siegfried às escon­di­das e não iria faci­li­tar, pois ele ainda que­ria ver sua filha feita rai­nha! E o que ele fez? Encantou Odilepara se pare­cer com Odette e lhe com­prou um belo traje a rigor negro.

No cas­telo, os últi­mos reto­ques para o grande baile esta­vam sendo fei­tos. Princesas de todas as par­tes che­ga­vam, uma mais sun­tu­osa do que a outra, e dan­ças de vários paí­ses foram apre­sen­ta­das para entre­ter os con­vi­da­dos. Em algu­mas mon­ta­gens, cada prin­cesa repre­senta um país dife­rente, os mes­mos de cada uma des­sas dan­ças fol­cló­ri­cas: Hungria, Espanha, Itália, Polônia e Rússia (que quase não apa­rece). O prín­cipe dan­çou com todas as pre­ten­den­tes, mas ele não se inte­res­sou por nenhuma, dei­xando a Rainha total­mente des­gos­tosa… Mas quando nin­guém menos espe­rava, os cla­rins soa­ram anun­ci­ando a che­gada de alguns con­vi­da­dos: o fei­ti­ceiro Rothbart dis­far­çado de nobre, e sua filha Odile. Quando Siegfried a viu ficou exta­si­ado, pois para ele aquela estra­nha mulher era a sua amada do Lago dos Cisnes. Odile cum­priu o seu papel, sedu­ziu o prín­cipe a ponto de convencê-lo de que ela era real­mente quem ele pen­sava ser, e sem pes­ta­ne­jar­Si­eg­fried a pede em casa­mento e lhe faz o jura­mento que havia pro­me­tido a Odette, para a ale­gria de todos e prin­ci­pal­mente da Rainha e do Feiticeiro. Nesse exato momento a ilu­são se des­faz, Rothbart e Odile reve­lam suas iden­ti­da­des e mos­tram a ver­da­deira Odette, que voava deso­lada na janela do cas­telo pela suposta trai­ção. O prín­cipe ime­di­a­ta­mente per­cebe seu erro e corre con­tra o tempo para ten­tar repa­rar o que fez.

Ato IV

No lago, os cis­nes ten­tam em vão con­so­lar Odette, que só pensa na morte como a solu­ção de tudo, pois o prín­cipe jurou seu amor por outra pes­soa, e dessa forma o fei­tiço nunca mais pode­ria ser que­brado. Siegfried chega ao lago e explica a jovem o que acon­te­ceu, ela vê a sin­ce­ri­dade nos olhos do amado. Mas ape­sar de perdoa-lo, agora não tinha mais jeito, ela e todas as outras per­ma­ne­ce­riam como cis­nes para sem­pre! E quando se achava que a situ­a­ção não pode­ria ficar pior, o fei­ti­ceiro apa­rece cobrando o prín­cipe pela pro­messa de casa­mento que ele fez a Odile. Odette não aguenta e toma sua deci­são final: ela se atira no lago, pois só assimse liber­ta­ria do fei­tiço. O prín­cipe fica deses­pe­rado, a vida sem ela não valia nada, e ele resolve ter o mesmo des­tino, tam­bém se ati­rando no lago. Tal ati­tude prova o ver­da­deiro amor­dele por Odette e nesse momento algo incrí­vel acon­te­ceu. Rothbart per­deu todos os seus pode­res e aca­bou mor­rendo, as jovens se liber­ta­ram do encanto, e ao ama­nhe­cer daquele dia podia se avis­tar os espí­ri­tos dos dois aman­tes que final­mente vão poder viver seu amor além da eternidade.

(Pausa para um suspiro…)

A his­tó­ria ori­gi­nal sem­pre me emo­ci­ona… E ela é tipi­ca­mente Romântica, pois con­tém vários dos ele­men­tos desse movi­mento que sur­giu no século XIX: a his­tó­ria de um amor impos­sí­vel, a mulher ideal e ina­tin­gí­vel, a pre­sença da magia e do clima eté­reo e a morte como solu­ção de todos os pro­ble­mas. Na dança, além de todos os já cita­dos, há a pre­sença do Ato Branco, que come­çou com “A Sílfide” e foi incor­po­rado em outras peças como Giselle e La Bayadère (que é con­si­de­rada pré-clássica). Porém além somado a isso, o vir­tu­o­sismo e os tutus arma­dos típi­cos do bal­let clás­sico entram em cena, mos­trando toda a habi­li­dade dos bai­la­ri­nos, e em espe­cial das mulhe­res ao gira­rem 32 fou­et­tés na coda do Cisne Negro (mas há algu­mas mon­ta­gens onde a bai­la­rina ao invés de girar fou­et­tés opta por sou­te­nus e tour piqués, geral­mente ende­dans, mas nem por isso são menos aplaudidas!).

Mas como já disse, até a estru­tura do enredo foi mudando de ver­são para ver­são, e assim sur­gi­ram outros finais… Na mon­ta­gem de Petipa/Ivanov, que é ado­tada por algu­mas com­pa­nhias como o Kirov/Mariinsky e o Perm State Ballet, há um final feliz: Siegfried luta con­tra o fei­ti­ceiro e o mata, que­brando assim o fei­tiço de Odette e dos outros cis­nes, e todos vivem feli­zes para sem­pre! Há tam­bém o final onde ape­nas um dos pro­ta­go­nis­tas morre (ou o prín­cipe ou Odette), mas esses são bem difí­ceis de apa­re­cer, pou­cas mon­ta­gens as utiliza.

 

A Estrutura Musical:

Acredito que essa seja uma das peças para bal­let com a par­ti­tura mais extensa que conheço. Se a ver­são do Riccardo Drigo, que corta várias músi­cas ori­gi­nais e apre­senta algu­mas adi­ções, demora cerca de 2 horas para ser exe­cu­tada, ima­gi­nem a par­ti­tura ori­gi­nal? Ela é sim­ples­mente incrí­vel, e sem dúvida nenhuma, um dos meus bal­lets pre­fe­ri­dos. Aqui vou dividi-la em três ses­sões, e para você conhe­cer melhor cada música é só cli­car no nome delas para ouvir:

 

1)Partitura Original – Produção de 1877

Introduction (Prólogo em algu­mas montagens)

Moderato assai — Alle­gro non troppo — Tempo I

 

Act I

No. 1Scène: Allegrogiusto

No. 2Waltz: Tempo di valse 

No. 3Scène: Allegro mode­rato

No. 4Pas de trois

I. Intrada (orEn­trée): Allegro

II. Andante sos­te­nuto

III. Allegrosemplice, Presto

IV. Moderato

V. Allegro

VI. Coda: Allegro vivace

No. 5Pas de deux for TwoMerry-makers (Atual Pas de Deux do Cisne Negro — 3º Ato, com alte­ra­ções de arranjo e de música nas ver­sões atuais)

I. Tempo di valse ma non troppo vivo, quasi moderato

II. Andante – Allegro

III. Tempo di valse

IV. Coda: Allegromolto vivace

No. 6 Pas d’action: Andantino quasi mode­rato – Allegro

No. 7 Sujet (Introduction to the Dance with Goblets)

No. 8 Dance with­Go­blets: Tempo dipolacca 

No. 9 Finale: Sujet, Andante 

 

Act II

No. 10 Scène: Moderato

No. 11 Scène: Allegro mode­rato, Moderato, Allegro vivo

No. 12 Scène: Allegro, Moderato assai quasiandante

No. 13 Dances of the Swans

I. Tempo di valse

II. Moderato assai

III. Tempo di valse

IV. Allegro mode­rato (conhe­cido como a Dança dos Pequenos Cisnes)

V. Pas d’action: Andante, Andante non troppo, Allegro

VI. Tempo di valse

VII. Coda: Allegro vivo

No. 14 Scène: Moderato

 

Act III

No. 15 Scène: March – Allegro giusto

No. 16 Ballabile: Dance of the Corps de Ballet and the Dwarves: Moderato assai, Allegro vivo

No. 17 Entrance of the Guests and Waltz: Allegro, Tempo di valse (https://www.youtube.com/watch?v=ENSXhZDrwuc )

No. 18 Scène: Allegro, Allegro giusto

No. 19 Grand Pas de Six

I. Intrada (orEn­trée): Moderato assai

II. Variation 1: Allegro

III. Variation 2: Andante con moto

IV. Variation 3: Moderato

V. Variation 4: Allegro

VI. Variation 5: Moderato, Allegro semplice

VII. Grand Coda: Allegro molto

No. 20 Hungarian Dance: Czardas – Moderato assai, Allegro mode­rato, Vivace

No. 21 Spanish Dance: Allegro non troppo (Tempo di bolero)

No. 22 Neapolitan/Venetian Dance: Allegro mode­rato, Andantino quasi mode­rato, Presto

No. 23 Mazurka: Tempo dimazurka

No. 24 Scène: Allegro, Tempo di valse, Allegro vivo

Act IV

No. 25 Entr’acte: Moderato

No. 26 Scène: Allegro non troppo

No. 27 Dance of the Little Swans: Moderato

No. 28 Scène: Allegroagitato, Moltomenomosso, Allegro vivace

No. 29 Scènefinale: Andante, Allegro, Alla breve, Moderato e maes­toso, Moderato

2) Adições fei­tas por Tchaikovsky – Produção de 1877

Ato III

Appendix I

Pas de deux for Mme. Anna Sobeshchanskaya

Criado por Tchaikovsky com base em um tema de Ludwig Minkus, que ficou de fora da mon­ta­gem de Petipa/Ivanov (1895). Por conta disso ficou per­dida por muito tempo, até que em 1953 foi reen­con­trada nos arqui­vos do Teatro Bolshoi, e final­mente reco­nhe­cida pela fun­da­ção Tchaikovsky como parte de “O Lago dos Cisnes” e rein­te­grada à partitura.

Appendix II

Russian Dance for Mlle. PelageyaKarpakova: Moderato, Andante sem­plice, Allegro vivo, Presto 

Essa dança cos­tuma apa­re­cer oca­si­o­nal­mente em algu­mas ver­sões, seja como tema de uma das prin­ce­sas pre­ten­den­tes ou adap­tada para uma core­o­gra­fia dife­ren­ci­ada. Assim como acon­te­ceu com o Pas de Deux acima, essa música tam­bém ganhou core­o­gra­fia inde­pen­dente do bal­let como solo de uma prin­cesa russa.

 

3) Adições e Novos Arranjos fei­tos por Riccardo Drigo – Produção de 1895

 

Ato II

Pas d’action: Andante, Andante non troppo, Allegro

O arranjo foi com­ple­ta­mente alte­rado. A música ganhou uma intro­du­ção longa na harpa e um final romântico.

Ato III

Black SwanPas de Deux

Os arran­jos da parte final do adá­gio e da vari­a­ção de Siegfried foram alte­ra­dos, e a vari­a­ção de Odile ganhou novo tema com­posto pelo pró­prio Drigo, e que erro­ne­a­mente cos­tuma ser cre­di­ta­doà Tchaikovsky.

Ato IV

Valse: Tempo di valse

Scène: Allegro moderato

Ambas músi­cas subs­ti­tuem temas ori­gi­nais do último ato do bal­let, acre­dito eu que para que­brar o clima dra­má­tico, pois na mon­ta­gem de Petipa/Ivanov sur­giu o final feliz, típico das peças clássicas.

Eu aposto que vocês Ficaram com von­tade de assis­tir a esse reper­tó­rio, estou certa? Então acom­pa­nhe a lista de gra­va­ções dis­po­ní­veis que sepa­rei para vocês… E tenham em mente uma coisa: nenhuma mon­ta­gem é igual à outra! E sabem o que é mais incrí­vel? Descobrir como cada coreó­grafo uti­li­zou a par­ti­tura para rea­li­zar a sua remon­ta­gem… Vamos des­co­brir o que nos espera?

Versões dis­po­ní­veis em DVD

– The Bolshoi Ballet, 1957

Com Maya Plisetskaya e Nikolai Fadeyechev

– Ópera de Viena, 1966

Com Margot Fonteyn e Rudolf Nureyev

– The Kirov Ballet/Mariinsky Ballet, 1968

Com YelenaYevteieva e John Markovsky

– The Bolshoi Ballet, 1976

Com Maya Plisetskaya  e Alexander Bogatyrev

– The Royal Ballet, 1980

Com Natalia Makarova e Anthony Dowell

– The Bolshoi Ballet, 1983

Com Natalya Bessmertnova e Alexander Bogatyrev

– The Kirov Ballet/Mariinsky Ballet, 1986

Com Galina Mezentseva e KonstantinZaklinsky

– London Festival Ballet/English National Ballet, 1988

Com Evelyn Hart e Peter Schaufuss

– The Bolshoi Ballet, 1989

Com Alla Michalchenko e Yuri Vasyuchenko

– The Kirov Ballet/Mariinsky Ballet, 1990

Com YuliaMakhalina e Igor Zelensky

– Ópera de Paris, 1992

Com Marie-Claude Pietragalla e Patrick Dupond

– The National Ballet of St. Petersburg, 1992

NadezhdaPavlova, Ludmila Kunakova e Alexander Bogatyrev

– The Perm State Ballet, 1992

Com Nina Ananiashvili e AlekseiFadeyechev

– Adventures in Motion Pictures, 1996

Com Adam Cooper e ScocttAmbler

– Ópera de Berlim, 1998

Com Steffi Scherzer e Oliver Matz

– The Royal Swedish Ballet, 2002

Com Nathalie Nordquist e Anders Nordström

– Teatro Alla Scala, 2004

Com Svetlana Zakharova e Roberto Bolle

– American Ballet Theatre, 2005

Com Gillian Murphy e Angel Corella

– MoscowClassical Ballet, 2005

Com Marina Rzhannikova e Nicholas Chevychelov

– Ópera de Paris, 2005

Com AgnèsLetestu e José Martinez

– St. Petersburg Ballet, 2006

Com Irina Kolesnikova e Dmitry Akulinin

– The Tokyo Ballet, 2006

Com MizukaUeno e José Martinez

– The Kirov Ballet/Mariinsky Ballet, 2006

Com UlianaLoptkina e DanilaKorsuntev

– The Australian Ballet, 2008

Com Madeleine Eastoe e Robert Curran

– The Royal Ballet, 2009

Com MarianelaNuñez e Thiago Soares

– Zurich Ballet, 2009

Com PolinaSemionova e Stanislav Jermakov

– Adventures in Motion Pictures, 2012

Com Richard Winsor e Dominic North

– Guangdong Acrobatic Troupe of China

Versões exi­bi­das no cinema:

– The Bolshoi Ballet, 2011

Com Maria Alexandrova e RuslanSvortsov

– The Royal Ballet, 2012

Com ZenaidaYanowsky e NehemiahKish

– The Kirov Ballet/Mariinsky Ballet, 2013

Com YekaterinaKondaurova e TimurAskerov

Por Juliana Mel – amante da música de concerto, estudante de Jornalismo, bailarina clássica em formação pela metodologia RAD e criadora do blog Vídeos de Ballet Clássico.

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