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história da dança

Série grandes nomes – BERTHA ROSANOVA

Posted on 26 de janeiro de 20151 de julho de 2015 by Claudia Richer
26
jan

PARA SEMPRE INESQUECÍVEL

Apesar da ori­gem polo­nesa, do bio­tipo dife­rente e de nunca ter sido muito magra, como a mai­o­ria das bai­la­ri­nas, Bertha Rosanova hip­no­ti­zava o público e dei­xava todos abso­lu­ta­mente des­lum­bra­dos diante do seu enorme talento, de sua forma espe­cial de dan­çar e da carga emo­ci­o­nal que nor­mal­mente tra­zia para o palco junto com seus per­so­na­gens. Como sem­pre bus­cou desen­vol­ver o lado tea­tral de cada papel, em cena, era uma intér­prete que dan­çava e dan­çava lin­da­mente. Inesquecível em todos os sen­ti­dos con­quis­tou o título de prima-ballerina asso­luta, o maior de todos na hie­rar­quia do bal­let e con­ti­nua — até hoje — sendo a única pro­fis­si­o­nal de dança a recebê-lo.

bertha

Misturando emo­ção e amor ao bal­let, Bertha Rosanova é um nome que será sem­pre lem­brado e reve­ren­ci­ado por mui­tas gera­ções de artis­tas. Para o bai­la­rino Marcelo Misailidis “era a ver­da­deira una­ni­mi­dade entre todos que tive­ram o pri­vi­lé­gio de vê-la dan­çar e a sorte de imor­ta­li­zar um momento que jamais se apa­gará de todos aque­les que, como cole­gas de tra­ba­lho ou público afor­tu­nado, sem­pre comen­tam: um mag­ne­tismo único.” “É uma grande honra ter tido em minha vida pro­fis­si­o­nal o cari­nho, a con­fi­ança e o apoio incon­di­ci­o­nal de Bertha Rosanova”. Ela foi uma das pes­soas que mais con­tri­buiu para meu sucesso pes­soal e pro­fis­si­o­nal”, decla­rou a bai­la­rina Teresa Augusta.

Apesar de ter cons­truído uma car­reira vito­ri­osa, nem sem­pre ela viveu uma rotina de gló­rias fora do palco. Os pais — Eugênia e Jacob Rozenblat – vie­ram para o Brasil fugindo do nazismo. Filha única, Bertha nas­ceu em São Paulo, no dia 31 de agosto de 1930. A famí­lia logo veio para o Rio de Janeiro e um quarto de pen­são na Praça Onze foi o lugar esco­lhido para a futura resi­dên­cia dos Rozenblat.

Mas o dinheiro não dava para nada. As difi­cul­da­des, entre­tanto, ainda que quase intrans­po­ní­veis, nunca tira­ram daquela menina a capa­ci­dade de sonhar. E de sonhar alto, ape­sar do ensino defi­ci­ente da escola pública da época (onde ela já cir­cu­lava dan­çando pelos cor­re­do­res), das sapa­ti­lhas duras e da impos­si­bi­li­dade de com­prar rou­pas novas para as apresentações.

A forma intensa de dan­çar e a expres­si­vi­dade que demons­trava ao com­por cada per­so­na­gem con­quis­ta­ram tanto o público, quanto nomes impor­tan­tes da dança fun­da­men­tais em sua car­reira, como Maria Olenewa, fun­da­dora da Escola de Danças Clássicas do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, onde, aos sete anos de idade, Bertha ini­ciou seus estu­dos. Mais tarde, a escola cri­a­ria o corpo de baile do Theatro, do qual ela tam­bém fez parte, com doze anos. Olenewa sem­pre acre­di­tou no poten­cial de Bertha e foi sua grande incen­ti­va­dora, alte­rando inclu­sive o sobre­nome da bai­la­rina que pas­sou de Rosemblat para Rosanova Em 1945, o Theatro Municipal pas­sou a viver uma nova fase. Dirigidos pelo russo Igor Schwezoff, conhe­cido por ser extre­ma­mente exi­gente e cui­da­doso, os bai­la­ri­nos pude­ram ver o reper­tó­rio ganhar em diver­si­dade, novos gran­des valo­res e um cres­ci­mento notá­vel. Foi tam­bém quando o talento de Bertha Rosanova bri­lhou em Sílfides, Primeiro Baile, Clair de Lune, Luta Eterna, A Papoula Vermelha, sendo nome­ada solista e, pouco depois, primeira-bailarina, com ape­nas 15 anos.

Na década de 50 (já casada) mudou-se para o bairro cari­oca de Laranjeiras, onde sem­pre morou. No pri­meiro e ter­ceiro andar, fun­dou a escola de dança, Studio de Ballet Bertha Rosanova. Com a car­reira sem­pre pon­tu­ada por gran­des inter­pre­ta­ções (Dom Quixote, O Quebra-Nozes, O Galo de Ouro, Romeu e Julieta, Bodas de Aurora, Capricho Espanhol, Giselle) suas diver­sas apre­sen­ta­ções só faziam aumen­tar o número de seus admi­ra­do­res. Ao longo de todos os anos, Bertha cons­truiu uma vida pro­fis­si­o­nal sólida, o que lhe ren­deu o con­vite para par­ti­ci­par da pri­meira mon­ta­gem com­pleta do bal­let O Lago dos Cisnes na América Latina em1959, sob o comando de Eugenia Feodorova. No espe­tá­culo, inter­pre­tou Odette e Odile, ao lado de David Dupré e encan­tou o público com a forma que uti­li­zou para des­ta­car as dife­ren­ças entre os dois cis­nes. Neste mesmo ano, dan­çou ao lado de nomes impor­tan­tes como Igor Schwezoff. Mas foi Aldo Lotufo, o part­ner que esteve mais pre­sente na mai­o­ria dos espetáculos.

Filha única de Bertha, Ava Rosemblat – tam­bém bai­la­rina, pro­fes­sora de bal­let e dire­tora do Estudio Bertha Rosanova — faz ques­tão de lem­brar “Ela sem­pre foi uma estrela. Por onde pas­sava as pes­soas a reve­ren­ci­a­vam. Mas em casa era total­mente dife­rente. Uma pes­soa muito sim­ples, uma mãe muito pre­sente. Ia me bus­car na escola, fazia os tra­ba­lhos esco­la­res comigo. Certa vez, como parte de uma tarefa esco­lar, cada mãe deve­ria rea­li­zar uma ati­vi­dade que sou­besse e apresentá-la. Imagine só. A pri­meira bai­la­rina do Theatro Municipal! Ela sim­ples­mente pegou suas sapa­ti­lhas, colo­cou uma roupa e dan­çou. A escola inteira ficou em êxtase e diziam: “Nossa”! Bertha Rosanova vai dan­çar aqui?” Mas para ela não era a Bertha Rosanova, era ape­nas a mãe da Ava.”

“Sempre estu­dei — con­ti­nua Ava — com ela e desde os 16 anos tra­ba­lho na escola, dando aulas ou mon­tando espe­tá­cu­los. Pretendo con­ti­nuar o pro­jeto ini­ci­ado pelo Estúdio. Mamãe sem­pre foi muito tran­quila comigo e com as outras alu­nas. Soube como nin­guém mos­trar que o bal­let não pre­cisa estar asso­ci­ado ao sofri­mento, e sim ao pra­zer, prin­ci­pal­mente. Como pro­fes­sora man­ti­nha com todos uma rela­ção de ami­zade e res­peito. Ensinava tudo o que tinha que ser ensi­nado: a téc­nica per­feita, a maneira certa de dan­çar, mas sem ultra­pas­sar os limi­tes do aluno e sem desrespeitá-lo. Na nossa escola, pre­ser­va­mos a todo custo essa rela­ção fami­liar. Outra fator impor­tante que nunca podia ser esque­cido era a neces­si­dade de cada bai­la­rino bus­car a sua forma de dan­çar, de se expres­sar. Existem os movi­men­tos da téc­nica certa. Um braço tem que ser aqui, o outro tem que estar do outro lado. Mas como esse braço vai ser colo­cado aqui, como esse movi­mento vai acon­te­cer é que tem que vir com a emo­ção do aluno. Este sim pre­cisa bus­car a ver­dade do seu pró­prio movi­mento para expres­sar deter­mi­nada emo­ção. A carga emo­ci­o­nal e a força artís­tica é um dos mui­tos legado que Bertha Rosanova vai dei­xar no para o bal­let no Brasil.”

No dia 10 de outu­bro de 2008, o Theatro Municipal do Rio de Janeiro viveu momen­tos emo­ci­o­nan­tes ao home­na­gear Bertha. Com uma apre­sen­ta­ção de sapa­te­ado, Steven Harper abriu os tra­ba­lhos, seguido pelo samba de Carlinhos de Jesus. “Ela é uma figura impor­tante para todos nós, bai­la­ri­nos, por tudo que nos dei­xou. A minha par­ti­ci­pa­ção aqui vem repre­sen­tar as gran­des mani­fes­ta­ções que pro­ta­go­ni­zou na tele­vi­são, popu­la­ri­zando a arte da dança”. A home­na­gem pros­se­guiu com a apre­sen­ta­ção do Ballet da Cidade de Niterói, na suíte Choro de Pixinguinha. O Corpo de Baile do Theatro Municipal apre­sen­tou Suíte de Dom Quixote, Trio de Chamas de Paris e Valsa das Flores; a Escola Estadual de Dança Maria Olenewa, Mozart. “Para Bertha o impor­tante estava longe de ser o estilo. Ela amava a dança”, era o comen­tá­rio mais repe­tido durante toda a noite.

Em 13 de outu­bro de 2008, três dias depois da home­na­gem que não pode assis­tir por já estar muito doente, Bertha Rosanova mor­reu. Tinha 78 anos e estava inter­nada há dias em uma clí­nica da Zonal Sul para tra­ta­mento de um cân­cer nos brôn­quios e nos pulmões.
Pesquisa: Revista Arte em Dança, outu­bro de 2008.

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Claudia Richer

Jornalista, adora escrever e diz que, sem nenhuma modéstia, lidar com as palavras é sua especialidade. São muitos anos nessa profissão e a história toda, mas toda mesmo é longa demais para ser contada em um parágrafo. Já foi diretora de revistas femininas, correspondente internacional (Paris) e no momento trabalha em uma assessoria de comunicação. Também fez faculdade de teatro (que é o grande combustível de sua vida) e ama dançar. "Amo mesmo, paixão à primeira vista, ops... ao primeiro grand pliè, melhor dizendo" - diz ela.

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