Este filme, feito em março de 2014, é um registro do momento em que me encontro, nos meus esforços para me tornar bailarina, na meia-idade.
Como sabem, comecei aos 50 anos. Estou com 52, agora, e nunca tinha calçado uma sapatilha de ponta, até os 51, embora sonhasse (e continue sonhando) com isso o tempo todo.
Técnica de Alexander e sapatilha de ponta, o que uma coisa tem a ver com a outra? TUDO. Este vídeo é prova disso.
A Técnica de Alexander é um método extremamente eficaz de construção de equilíbrio, se é que posso resumi-la assim.
Sabe, quando se começa balé tão tarde, dentre as tantas desvantagens que precisamos enfrentar, pelo menos de uma coisa precisamos tirar proveito: a MATURIDADE, nossa vantagem natural.
Maturidade para perceber, por exemplo, que existem formas de contornar dificuldades desnecessárias, e uma delas é a fronteira psicológica que separa nossos pés de uma sapatilha de ponta.
im, além da dificuldade objetivamente física, existe, numa sala de aula de balé, toda uma aura em torno da sapatilha de ponta. A sapatilha de ponta é o emblema de uma conquista, de uma situação de “superioridade”, etc. e tal.
Daí, de posse de sua maturidade, você tira a sapatilha de ponta desse contexto aristocrático e vai fazer os seus primeiros esforços numa aula onde ela não tem um peso adicional. Aliás, costumo dizer ao Roberto Reveilleau, esse incrível professor de Técnica de Alexander, que percebo nele um quase desprezo pela sapatilha de ponta, e adoro isso.
NUNCA ousei usar a minha sapatilha de ponta na aula de balé. Puro constrangimento. No entanto, consigo não só ficar em pé, como caminhar com ela. Um passinho depois do outro, com uma imensa dificuldade, mas vou.
Aprendo tanto sobre como usar o corpo de uma forma estrategicamente inteligente, reduzindo esforços, que digo que a Técnica de Alexander é a minha arma secreta, rs. Equilíbrio físico que leva a muitos outros equilíbrios.
Quanto ao fortalecimento físico de tornozelo e pé como preparação para a ponta, o Pilates tem sido fundamental. Aliás, faço Pilates com a sapatilha de ponta, lá na Sauer, como vou contar, aqui, em breve. Por ora, fica esse enorme beijo e um singelo convite: vamos para a ponta?