Nesta postagem quero falar um pouco da importância das escolas de dança no Brasil. Sim, as escolas e academias de dança espalhadas por esse país afora. Esses locais onde a maior parte de todos nós iniciou o contato com a dança e que hoje vejo ser muitas vezes depreciado.
De uns tempos para cá tenho ouvido muito frases do tipo: Ah! Vai fazer uma graduação em dança para dar aula em escolinha de balé? Ou ainda: Também, se formou naquela academiazinha.… ou então: Para quê fazer graduação em dança? Não vai servir para nada mesmo! Enfim, frases pejorativas que induzem ao pensamento de que as escolas ou academias de dança são locais com pouca qualidade. Que triste! Pois, como disse no parágrafo anterior, a maioria dos profissionais da dança neste país começou nestes sítios, fora alguns poucos privilegiados que puderam iniciar seus estudos em escolas oficiais.
Eu, particularmente, me lembro da academia que estudei com alegria e saudades de um tempo gostoso, no qual, além de ter aprendido a dançar e ensinar, fiz grandes e sólidas amizades. Acredito que a maior parte delas ainda são assim. Se não fosse bom fazer parte de uma academia ou escola de dança, não teríamos inúmeros festivais de dança cheios de alunos interessados, organizados e cheios de energia. Como se diz, bombando!
Portanto, não consigo entender porque esses conceitos pejorativos sobre as escolas de dança estão surgindo. Guardando as devidas proporções, todas as escolas de dança, penso eu, pretendem ensinar da melhor forma possível dentro das possibilidades de cada uma. Para meus alunos de graduação, ou alunos de escolas ou academias onde trabalho, insisto em valorizar estes locais. Fico feliz quando professores e donos de escolas entram para a graduação em dança, pois vão poder ampliar imensamente seus conhecimentos.
Sendo bem específica em relação ao professor de dança, nosso universo tem uma demanda diferenciada da maioria das outras profissões. Começamos muito cedo a trabalhar seriamente como artistas e nos tornamos muitas vezes professores antes mesmo de terminarmos qualquer graduação. Ou seja, somos profissionais e alunos ao mesmo tempo. E como ainda não existe a regulamentação de que sejamos graduados em dança para lecionarmos em escolas livres, muitas vezes os professores dão aulas apenas para sobreviver e não procuram aprender técnicas de ensino, o que realmente não é bom. São problemas que temos e que precisamos reconhecer para poder melhorar.
O mundo está cada vez mais globalizado e especializado. A dança acompanha a sociedade em que vive. Precisamos somar e não dividir. Que nossas escolas e academias de dança possam crescer e melhorar a cada dia e que possamos ajudar a fortalecer esses locais, pois afinal foram neles que nós, profissionais de dança, demos os primeiros passos de quem somos hoje. Longa vida às escolas e academias de dança!