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história da dança

Série Grandes Nomes – JOHNNY FRANKLIN

Posted on 22 de setembro de 20141 de julho de 2015 by Claudia Richer
22
set

“Dançar é con­ver­sar com Deus e con­ver­sar com Deus é uma coisa muito séria. Portanto, dan­çar é uma coisa muito séria”. Assim come­çava, em junho de 1990, a última entre­vista de Johnny Franklin, bai­la­rino, pro­fes­sor, coreó­grafo e per­so­na­gem insubs­ti­tuí­vel da his­tó­ria do bal­let bra­si­leiro, para a repór­ter Andrea Maltarolli, da revista Mulher de Hoje, diri­gida por mim e publi­cada — na época — por Bloch Editores. Assisti a tudo bem de perto, mas não ima­gi­nei (estava tão ale­gre e ani­mado), que aquele seria um dos nos­sos últi­mos encontros.

“Conversar com Deus”. Foram essas as pala­vras que ele esco­lheu para defi­nir a grande pai­xão de sua vida. Para quem foi pri­meiro bai­la­rino do Teatro Municipal do Rio de Janeiro e de São Paulo, dan­çou com os mai­o­res part­ners da época, criou os gru­pos expe­ri­men­tais Ballet Society e Ballet da Juventude, core­o­gra­fou mitos e len­das bra­si­lei­ras, além dos espe­tá­cu­los My Fair Lady, The Sound of Music, Vamos brin­car de amor em Cabo Frio e Evita, não exis­tia a pos­si­bi­li­dade de não dar certo. Ele tinha que se dedi­car à dança.

Foi um dos mais talen­to­sos Maîtres de Ballet do nosso tempo. Seu cur­rí­culo é por demais extenso. Começou a estu­dar na escola de Maria Olenewa, pas­sou por cur­sos no American Ballet School, na escola de Martha Graham e no Conservatório Coreográfico de Paris, diri­gido por Serge Lifar.
Nada esca­pava aos olhos sem­pre aten­tos do pro­fes­sor Johnny Franklin. Nada mesmo. De um “ali­nhavo” feito às pres­sas no ves­tiá­rio para que a meia não desa­pa­re­cesse antes da metade da aula, ao tra­di­ci­o­nal coque que não podia “dan­çar” no elás­tico frouxo e em gram­pos mal colo­ca­dos, pas­sando pelo col­lant e pela fita cuja cor cor­res­pon­dia à turma que cada aluna cur­sava.… todos os deta­lhes – gran­des ou peque­nos — pas­sa­vam por sua ins­pe­ção rigo­rosa. Atrasos, por exem­plo, eram inad­mis­sí­veis. Faltas, idem. Mas nin­guém ousava ques­ti­o­nar tan­tas regras de dis­ci­plina. Simplesmente obe­de­cia e res­pei­tava. Desde cedo, por­tanto, os alu­nos apren­diam os “porquês” de tanta impor­tân­cia. Mais que isso, cer­ta­mente, apren­diam que dis­ci­plina era um dos pila­res mais for­tes para quem pre­ten­dia levar a dança a sério.
A Academia de Ballet Johnny Franklin sem­pre teve por obje­tivo unir dança e edu­ca­ção. Além disso, rea­li­zava anu­al­mente um curso de férias e pre­pa­rava tam­bém para o exame da Royal Academy of Dancing, de Londres. Nos cur­sos regu­la­res (regido por regras e pela ori­en­ta­ção da Royal Academy), as pro­mo­ções de uma turma para a outra acon­te­ciam atra­vés de exa­mes rea­li­za­dos geral­mente no mês de dezem­bro.
Embora fosse aluna da Academia que durante anos levou o seu nome, con­vivi pouco com ele. Posso dizer, entre­tanto, que conheci dois Johnny Franklin. O pri­meiro era severo, rigo­roso, meti­cu­loso, zan­gado e per­fec­ci­o­nista ao extremo.… me fez tre­mer e desis­tir em menos de um mês das aulas do curso de férias, dei­xando para trás grand-jetès e piru­e­tas que nunca con­se­gui fazer para total deses­pero dele. O segundo, doce e cari­nhoso. Quando a entre­vista que citei no iní­cio foi para as ban­cas, diante de uma turma lotada, que mal con­se­guia dis­far­çar o espanto, fui rece­bida de bra­ços aber­tos por um homem com os olhos mare­ja­dos de lágri­mas, que me cha­mou de prin­cesa e disse ter res­ga­tado atra­vés de mim e de Andrea a con­fi­ança per­dida em nos­sos cole­gas de profissão.

Tânia Fonseca, bai­la­rina e pro­fes­sora de bal­let no Centro de Movimento Deborah Colker con­vi­veu com ele dia­ri­a­mente durante mui­tos anos. E nem tenta dis­far­çar a emo­ção quando se refere ao “professor”.

“Em 1985 par­ti­ci­pei do espe­tá­culo de fim de ano da Academia como bai­la­rina con­vi­dada. Tinha aca­bado de dei­xar o Corpo de Baile do Teatro Municipal e não dá para negar que fiquei bem assus­tada com o tama­nho do con­traste. Ao mesmo tempo posso dizer que aca­bei apren­dendo muito com ele, sem­pre um grande mes­tre. Dono de um carisma ini­gua­lá­vel, sabia se fazer res­pei­tar como nin­guém. Era enér­gico, sim. Muito. Mas — ao mesmo tempo – dócil demais, um ver­da­deiro “pai” para todos. No ano seguinte come­cei a tra­ba­lhar como pro­fes­sora e lá fiquei durante mui­tos anos. Sem dúvida alguma foi uma grande perda para o mundo da dança. Suas lições foram pre­ci­o­sas e faço ques­tão de guarda-las até hoje no tra­ba­lho e na vida pes­soal. A sau­dade é enorme e só tenho a agra­de­cer por ter rece­bido um tesouro tão grande.”

Com Camile Salles, bai­la­rina e pro­fes­sora de bal­let tam­bém no Centro de Movimento Deborah Colker, não foi diferente.

“Conheci Johnny Franklin ao mesmo tempo em que conheci o bal­let. Foi meu pri­meiro, e durante lon­gos anos, único mes­tre. Na época, aos sete, oito anos, não pode­ria ter noção do quão impor­tante aquele senhor dis­tinto e ele­gante seria para o resto da minha vida. Digo isso por­que sei hoje do alto dos meus 37 anos, mãe, pro­fes­sora, que devo muito não só do que sou no bal­let, mas do que sou na vida, a ele. Além de grande pro­fes­sor, era acima de tudo, edu­ca­dor. Ensinava como nin­guém noções de res­peito, cida­da­nia e amor à arte. Não esqueço as vezes que mesmo de uni­forme do colé­gio e tênis eu fazia uma reve­rên­cia em plena Rua do Catete ao cru­zar com ele. Johnny Franklin me ensi­nou muito mais do que pliés e jetés. Ensinou o que é se fazer res­pei­tar, a admi­rar os mais expe­ri­en­tes, a acei­tar divi­dir espa­ços, a dar tudo de mim da mesma maneira inde­pen­dente de estar no corpo de baile ou no papel prin­ci­pal.”
Quando fale­ceu em 1991, vítima de um cân­cer no sis­tema lin­fá­tico, Johnny Franklin dei­xou tam­bém uma enorme sau­dade no cora­ção de todos e um vazio imenso, quase impos­sí­vel de ser pre­en­chido. Agora mais do que nunca deve estar con­ver­sando com Deus e dan­çando, dan­çando sempre.

johnny

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Claudia Richer

Jornalista, adora escrever e diz que, sem nenhuma modéstia, lidar com as palavras é sua especialidade. São muitos anos nessa profissão e a história toda, mas toda mesmo é longa demais para ser contada em um parágrafo. Já foi diretora de revistas femininas, correspondente internacional (Paris) e no momento trabalha em uma assessoria de comunicação. Também fez faculdade de teatro (que é o grande combustível de sua vida) e ama dançar. "Amo mesmo, paixão à primeira vista, ops... ao primeiro grand pliè, melhor dizendo" - diz ela.

Por entre coreografias e livros…
Equilíbrio no ballet

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